quinta-feira, abril 25, 2024
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Pix: o novo meio de pagamento que desafia as indústrias

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Você já deve ter ouvido falar do Pix.

Seja pelos e-mails insistentes do seu banco, convidando você pra fazer o cadastro no Pix, ou
pelas propagandas na TV e nas redes sociais.

 

Pix o novo meio de pagamento eletrônico instantâneo que vem sendo desenvolvido pelo Banco Central   foi lançado em 16 de novembro e o registro começou  em outubro de 2020. Você também já deve ter ouvido falar que ele vai permitir a realização de transferências bancárias em qualquer dia – inclusive feriado -, a qualquer hora e sem custo. O fim da TED e do DOC. Pois bem. É verdade, mas não é só isso. Há quem diga que ele pode provocar mudanças profundas na forma   como a gente faz e recebe pagamentos.

 

Hoje irei conversar e com você e explicar um pouco mais sobre o que é o Pix, o quão seguro ele é e o que significa para   todos nós e para o mercado de pagamentos eletrônicos, que movimentou quase R$ 2 trilhões no Brasil só no ano passado.

 

Bom, vamos começar pelos consumidores,   como esse negócio pode afetar a sua vida. Além das transferências instantâneas,   que eu mencionei lá no começo (a TED e o DOC), o Pix também ameaça o futuro do boleto   bancário e é um candidato a substituir o cartão nas compras feitas no débito e   o dinheiro nas compras em espécie. Isso porque ele também vai permitir a   realização de operações usando QR code, que você consegue manipular usando seu celular.

 

Vou explicar. No caso do boleto,   o pagamento passa a ser feito pelo aplicativo do banco ou de uma carteira eletrônica, aquelas   e-wallets, como PicPay ou Mercado Pago. Por exemplo: quando o cliente faz uma compra   online, para efetuar o pagamento ele só precisa abrir o app e ler o QR   Code do Pix. Ao contrário do boleto, a transação é processada instantaneamente,   o que é menos uma dor de cabeça pro comércio.

 

As compras em dinheiro ou débito seguem a mesma   lógica. Em um estabelecimento comercial físico, por exemplo, o lojista pode gerar   o QR Code ou imprimi-lo e deixá-lo no balcão — como já acontece hoje em estabelecimentos que   aceitam pagamentos instantâneos de carteiras eletrônicas. A gente falou da função débito do cartão. E o crédito? Bom, por enquanto, ele tende a ser pouco afetado, porque o Pix processa transações instantâneas, e não a prazo.

 

Existe a previsão de um Pix agendado,   que seria algo semelhante a uma compra com cartão de crédito, mas, pelas regras atuais,   ele acaba tendo pouco apelo, porque a operação é cancelada caso não haja dinheiro   na conta quando ele for processado. Sem garantia de recebimento, não é uma modalidade   interessante para o comércio nesse momento.

 

Agora vamos à “parte operacional”. Para que uma pessoa física use o Pix ela só precisa ter uma conta corrente, conta poupança   ou uma carteira eletrônica. O cadastro é feito por meio da instituição que gerencia a conta e o serviço não tem custo, é de graça.

 

O cliente tem a possibilidade de cadastrar   uma “chave Pix” para facilitar as transações — uma espécie de “apelido” que vai ser usado   para identificá-lo nas transações, como CPF, e-mail e telefone. Isso quer dizer que não vai ser mais preciso ficar escrevendo aquele catatau de informações sempre   que for fazer uma transferência: número da conta, agência, CPF… É só colocar a chave Pix.

 

A pessoa física pode ter “chaves Pix” em mais de uma instituição bancária, mas só   pode ter uma modalidade por instituição. Ou seja, se você cadastrou o CPF em um determinado   banco, por exemplo, ele só pode ser usado como chave Pix naquele banco. Você pode usar seu   e-mail em outro banco, por exemplo. E se eu não fizer uma chave, vou poder   usar o Pix? Vai. Mas o Banco Central recomenda o cadastro de uma.

 

Agora vamos passar a quem está do outro lado do balcão, os estabelecimentos comerciais. Gratuito para a pessoa física, o Pix vai ser cobrado da pessoa jurídica.   Mas o custo tende a ser muito menor do que aquele em que se incorre hoje. Isso porque a cadeia de meios de pagamentos eletrônicos tem vários elos,   e cada um deles ganha um pouquinho.

 

Pix: o que o comércio ganha com o novo sistema de pagamentos? - Economia - R7 Economize

 

Entre o momento em que você coloca o cartão   na maquininha e o aviso de que a transação foi aprovada, muita coisa acontece. A credenciadora, que é a maquininha, processa a compra, envia as informações à bandeira do cartão,   que aciona o emissor, o banco. Uma vez aprovada a transação, a informação faz   o caminho de volta – passando pelo banco e pela bandeira – até a maquininha, que libera a loja   para o recebimento do valor.

 

A cada venda feita no cartão,   o estabelecimento é cobrado por um percentual da transação, a “merchant discount rate”, ou MDR,   que remunera todos esses atores. Em uma venda feita pelo Pix com QR Code,   por exemplo, o consumidor pode pagar com o celular, e a operação é processada pelo   Sistema de Pagamentos Instantâneos (SPI), gerido e operado pelo Banco Central.

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Por isso o custo é menor – e por isso os estabelecimentos comerciais e os   trabalhadores autônomos devem ter um incentivo pra adotar a nova modalidade. E, com uma capilarização pelo comércio, quem também tende a ganhar são as empresas   de carteiras eletrônicas, aquelas sobre as quais comentei no começo, como PicPay e Mercado Pago,   que funcionam pelo celular e já fazem pagamento por QR code e transferência de valores.

 

Se o Pix for amplamente adotado, ele acaba resolvendo o que hoje é um gargalo   pra essas empresas, que é o tamanho da rede em que o app é aceito. Eu conversei com um grande amigo, especialista em meios de pagamentos da consultoria Roland Berger,   e ele também colocou no grupo de potenciais ganhadores grandes empresas de tecnologia,   que teriam oportunidade de entrar ou acelerar o crescimento na área de serviços financeiros;   e os bancos digitais e fintechs, que podem não apenas expandir a carteira de clientes,   mas consolidar a base que já têm.

 

Hoje muitos brasileiros que têm conta nessas   instituições financeiras menores ainda concentram boa parte de suas movimentações nos bancos de   varejo tradicionais. É aquela situação em que a pessoa fez o cadastro no Nubank, por exemplo,   mas ainda faz muita coisa no aplicativo do Bradesco, do Itaú, do Banco do Brasil.

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Com o Pix, essa lógica poderia começar a mudar: ele poderia servir como uma espécie de âncora de   relacionamento com o cliente, de fidelização — e daí a movimentação dos grandes bancos, alguns   com grandes campanhas publicitárias, para que os clientes registrem o Pix em suas plataformas. Os perdedores em potencial você já deve imaginar quem são:   todos aqueles que hoje lucram com os vários elos da cadeia de pagamentos. As “maquininhas”, que são conhecidas como adquirentes,   as bandeiras de cartões e as processadoras, que prestam parte do serviço operacional   ligado aos cartões e às transações.

 

A probabilidade de que a mudança gere perda   de receita e diminua a rentabilidade dessas empresas é grande. Mas por que o Banco Central está lançando a plataforma, se mexe com tanta “gente grande”?  O especialista em meios de pagamentos da consultoria L.E.K.,   explicou algumas das razões.

 

O Pix, ele diz, é mais uma etapa   da agenda de competitividade do BC — a mesma que quebrou o monopólio das maquininhas   lá em 2009, que visa estimular a concorrência e diminuir os custos de transação no país. Além disso, a autoridade monetária também conta com a vantagem de que essa modalidade dá maior   visibilidade às transações (especialmente àquelas que antes eram feitas com dinheiro em espécie),   com rastreamento de ponta a ponta. Isso ajuda a reduzir a informalidade,   a evasão de divisas, e a aumentar regularização do sistema.

 

Vamos então à última parte deste explicativo: A segurança.

Bom, não houve padronização nesse sentido por parte do Banco Central: a questão da segurança   é de competência das instituições financeiras. A lógica é a mesma das demais transações bancárias: os sistemas de mitigação de risco e as barreiras antifraude variam de uma empresa para outra. No caso do Pix, além da segurança dos próprios aplicativos das instituições financeiras,   elas podem colocar outras camadas — um limite máximo de valor para   realização de operação, por exemplo.

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Ele tende a ser seguro. Mesmo assim, como alerta   João Bragança, da Roland Berger, provavelmente devem aparecer casos de fraude – pelo simples   fato de que isso acontece com praticamente todas as modalidades de pagamentos. “É o ciclo de vida de qualquer operação”, ele diz, “uma jornada de aprendizado“.

 

E deve-se ficar atento não apenas à possibilidade de golpes, mas também de erros cometidos   pelos próprios clientes. Como o Pix é instantâneo,   uma transferência ou um pagamento feitos por engano não têm garantia de ressarcimento. Também ficará a cargo de cada instituição decidir como vão lidar com essas situações.

 

Espero que esse conteúdo tenha sido útil.

Eu fico por aqui. Obrigada um grande abraço e até a próxima!

Gisleini Cipriani
Gisleini Cipriani
Publisher, Redatora, amante de filmes romanticos e histórias de amor. Gosto de tudo que envolve a arte e a moda, decoração e dicas de casa.

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